quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Pirandello

Um romance, minha querida, ou se vive ou se escreve. Eu quero vivê-lo!

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

E se você descobrir que saltar do ônibus às pressas pode significar subir alguns degraus em você?


E assim lembro que arriscar é sinônimo de petiscar.

Tudo começa com um cardápio. Você o abre e procura um prato deliciosamente degustável. O nome não especifica o que seja, porém só pelo título, percebe-se que tem algum tempero especial.

Mas rotineiramente, pede-se o menu já conhecido pra não se dar o trabalho de perguntar ao garçon o que deve pedir.

Isso leva algum tempo. Muito tempo. Tanto tempo que o condicionamento de optar sempre pela mesma refeição incomoda quem está à sua volta. Sim, há amigos que tentam oferecer, não com muita frequência, um ou outro prato diferente, e a escolha é indiscutivelmente aquele código correspondente ao PF. No entanto, amigos são amigos e pensam sempre te conhecer intimamente quando na verdade não enxergam seu reflexo no prato. É porque o prato já não reflete mais, a comida esta intacta.

O prato ainda cheio, depois de quase duas horas sentado à mesa é constrangedor pro garçon. Ele sim, se preocupa com seu cliente e quer vê-lo satisfeito com seu serviço. Faz de tudo pra agradar, mostra o cardápio novamente, não cobra o valor total nem 10%, dá a sobremesa de cortesia, aconselha um prato...

Nesse exato momento, lá pela 00:00h, quando o expediente está quase encerrado ele aconselha aquele prato. Aquele prato com nome indecifrável, nada minucioso e com tempero especial. Internamente eufórico, sem qualquer alarde, faz-se o pedido 1305.

O tempo não passa, angustiante, o aroma chega até o salão e inebria quem está à sua espera.

A surpresa de ver a combinação perfeita é tanta que os talheres não cabem nas mãos, o guardanapo permanece ao lado do copo pela metade com água em temperatura ambiente.

Ao se deparar com aquela obra de arte esteve certo que ser comida era pouco, insuficiente. Ela deveria ser almejada, apreciada, degustada e devorada.

O enorme prazer proporcionado por aquele alimento, se refastelar, de ingerir, devorar, deglutir impressionava o serviçal que admirava boquiaberto aquele quadro. O constrangimento vinha agora do cliente bem servido que, quanto mais se alimentava, mais vontade tinha de sorver especiarias e nutrientes provindos daquele manjar e que quanto mais pressionava as mandíbulas de leve pra não destruir a obra de arte, mais ela crescia no prato de louça a sua frente.

O movimento da mesa até à boca acelerou as horas e todos estavam somente à espera do sujeito da mesa 05. Deveria ser rápido e pensar numa solução: embrulhar pra viagem. O pedido foi executado com sucesso, mas o homem, desprovido dos sentidos, desde o jantar, esqueceu sua marmita e pegou o primeiro ônibus que passava. Ele ainda estava com o pensamento no restaurante.

Destraído, ainda saboreando o que seu paladar acabara de provar, se deu conta de que nada tinha nas mãos. Salta do ônibus, ainda em movimento e corre exaustivamente ao encontro de seu embrulho.

O guardião previa sua volta e entrega-lhe o pacote.

Ele retorna à sua casa, sem ansiedade, sem a necessidade de querer, sem saber, o que decidir.

Sua aparência esquálida e sua visão turva despedem-se de seu corpo, dando lugar à vitalidade de um sorriso e à cumplicidade de um olhar. Genuínos.

E, mesmo que vez em quando, tenha dias como os costumeiros, de repetir pratos por preguiça, ele se pega petiscando os mais valiosos sabores da vida. Ele se rendeu, se pôs em risco pela vontade alheia. Sempre que acorda agradece ao funcionário, a descoberta apresentada.

Assim, ele descobriu que saltar do ônibus às pressas, o fez subir alguns degraus na vida.
***achei perdido no meu computador.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Formosa

Composição: Baden Powell / Vinicius de Moraes

Formosa, não faz assim
Carinho não é ruim
Mulher que nega
Não sabe não Tem uma coisa de menos
No seu coração
Formosa, não faz assim
Carinho não é ruim
Mulher que nega
Não sabe não
Tem uma coisa de menos
No seu coração

A gente nasce, a gente cresce
A gente quer amar Mulher que nega
Nega o que não é para negar
A gente pega, a gente entrega
A gente quer morrer
Ninguém tem nada de bom sem sofrer
Formosa mulher!

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Desde que o Samba é Samba

QUEM CANTA SEUS MALES ESPANTA

A tristeza é senhora
Desde que o samba é samba é assim
A lágrima clara sobre a pele escura
A noite, a chuva que cai lá fora
Solidão apavora
Tudo demorando em ser tão ruim
Mas alguma coisa acontece
No quando agora em mim
Cantando eu mando a tristeza embora

A tristeza é senhora
Desde que o samba é samba é assim
A lágrima clara sobre a pele escura
A noite e a chuva que cai lá fora
Solidão apavoraTudo demorando em ser tão ruim
Mas alguma coisa acontece
No quando agora em mim
Cantando eu mando a tristeza embora

O samba ainda vai nascer
O samba ainda não chegou

O samba não vai morrer
Veja o dia ainda não raiou

O samba é o pai do prazer
O samba é o filho da dor

O grande poder transformador

Merci

diga obrigada. agradeça. faça um sinal com a cabeça. acene com a mão direita. faça papo-firme, assim com o dedão levantado. pisque o olho. faça jus ao que se teve e pronto, pode ir feliz, sem dever nada. mais que saber que doou, reconheça o que aprendeu e não guarde só pra si. não se deixe pensar inadimplente ou desrespeitoso. não perca o tempo de dizer o quanto valeu. não ache que está tarde demais para isso, nem ache que só pensar e saber é suficiente para o outro acreditar. e assim foi criada a luz e sem perceber todos ficaram cegos porque a lua deixou de existir e ninguém mais olhava para a mesma direção, o pobre do cãozinho não tinha pra quem uivar. ninguém disse nada e até hoje procuramos onde pousar os olhos e acabamos como mariposas atraídos para a lâmpada. e ninguém disse nada. e a lua atrás de uma resposta para sua recusa.
cada um com sua lua enquanto a verdadeira, lá fora, muda constantemente de nova, crescente, minguante e cheia para que a percebam. só quando ela explode de tão cheia com são jorge matando o dragão é que ela surge esplêndida no céu.
foi a gente, que deixou de ver além e acha que o ilimitado céu pode ser trocado com uma lâmpada queimada.
"tenho uma dor travada na minha fronte"
Valsa nº ¨6, Nelson Rodrigues

já não me permito tanto tempo pra chorar por uma dor que não deveria existir com tanta intensidade. sei que as palavras se traem, mais que os sentimentos. que elas desdizem o que se sente e os fatos consumados.
porque a previsibilidade é a palavra de ordem, e essa não se trai quando vem de mim. aliás, só sei do que vem de mim, pois sou eu que sinto e não me traio, por isso não sou previsível.
mas é vida que segue, ainda torta, mas seu caminho se faz necessário.
é a infinidade com ponto final bem cravado com caneta de ponta fina no meio do peito.

verbete

*mangedoura: expressão usada para definir indignação, temor, apavoramento. coletivo de jesus, maria, josé e/ou jesusmariajose. interjeição. definição sobre algo escabroso ou inesperado. também pode ser definido como o lugar de reunião de tres reis magos, as ovelhas, vaquinhas, maria, jose, e o menino jesus, a estrela cadente, etc... vulgo presépio.

neologista: Jon A. A.
definição: Andy C.A.S.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

sobre o tempo

sobre o tempo clima. esse que faz calor demais, com um sol de queimar as solas dos pés, de um bafo de baixo pra cima, de um cólica de dentro pra fora, de pensamentos do centro pras beiradas.

é um calor só de vários outros e da cabeça que não esfria.

sábado, 7 de novembro de 2009

sempre que olho à minha esquerda quando estou no computador do quarto - que também foi meu um dia - vejo uma luz acesa, um pouco mais alta que a minha janela, do outro lado da rua. há, no mínimo, 10 anos que ela está assim. é o vizinho da frente - um dia ele me deu um livro com uma das dedicatórias mais impactantes que já recebi, dizia alguma coisa sobre genuinidade. e desde então uso essa palavra sempre que posso: genuíno, genuinidade.
mas essa luz, que me faz ver sua estante cheia de livros, permanece acesa apesar de. não sei se ele não dorme, se ele deixa a luz acesa só pra dizer que está acordado, mesmo que já esteja dormindo, se ele esqueceu acesa (e isso seria muita coincidência. todos os dias?). a impressão que dá é que ele está sempre por lá e por aqui de certa forma. até por que, quando falta luz na rua e a lâmpada não pode estar ligada, ela é substituída pela figura dele na sacada, com seu inseparável carlton vermelho. noutro dia eu vi só a brasa do cigarro dançando no ar.
eu costumava passar muitas das minhas madrugadas em sua companhia, compartilhando cinzeiros, literatura e segredos sabidos por todo mundo, tanto de um como de outro, mas que, os meus, ouvidos por ele, passavam a ter outro significado.
vou voltar lá dia desses pra fazer mais porque faz bem. basta atravessar a rua com meu chaveiro na mão e todas as novidades de todos esses 4 ou 5 anos.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009


E agora chegara o momento de decidir se continuaria ou não vendo Ulisses. Em súbita revolta ela não quis aprender o que ele pacientemente parecia querer ensinar e ela mesma aprender — revoltava-se sobretudo porque aquela não era para ela época de "meditação" que de súbito parecia ridícula: estava vibrando em puro desejo como lhe acontecia antes e depois da menstruação. Mas era como se ele quisesse que ela aprendesse a andar com as próprias pernas e só então, preparada para a liberdade por Ulisses, ela fosse dele — o que é que ele queria dela, além de tranqüilamente desejá-la? No começo Lóri enganara-se e pensara que Ulisses queria lhe transmitir algumas coisas das aulas de filosofia mas ele disse: 'não é de filosofia que você está precisando, se fosse seria fácil: você assistiria às minhas aulas como ouvinte e eu conversaria com você em outros termos'



* Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres, Clarice Lispector

hoje eu mandei fazer três óculos pra mim. um de grau, laranja; um escuro, com lente degradé, no estilo clássico e outro, escuros, no estilo meio K-9. lembra do K-9, aquele cachorro policial de um filme do mesmo título? aqueles óculos que parecem de ceguinho de antigamente qua anda batento com a varetinha pra todos os lados pra não desviar da calçada do benjamim constant, então, foi esse.
hoje eu fiz muitas coisas, dentre elas, suar bastante, desde que pensava em acordar. isso preencheu todo o meu dia e acho que não vai parar até chegar o inverno ou quando esse tempo der uma trégua. acontece que tive novamente uma vontade súbita de cantar... sim, eu tenho esse desejo há muito tempo: entrar no ônibus ouvindo uma música que eu amo, qualquer uma delas, e que eu saiba de cor. sentar mais ou menos no meio do ônibus e, de repente, ir até à roleta começar a cantar bem alto, do jeito que só eu sei: grave e desafinado, mas sentindo cada letra e silêncio entre as palavras e a melodia.
as pessoas poderiam cantar comigo sem que eu insistisse e com o embalo, pudessem levantar os braços e fazer movimentos de um lado pro outro, como se eu tivesse acertado na trilha sonora daquele momento da vida de cada um.
vou pegar os meus óculos na sexta. acho que vou usar um deles pra realizar o desejo de cantar uma música ao acaso, mesmo que eu não saiba de cor, mas apenas poucas partes ou apenas resmungar uns sons que digam respeito ao que sinto quando ouço àquelas palavras cantadas.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

das coisas

é de lembrar com saudades da infância inocente e ingênua que ainda carrego comigo nos momentos de fragilidade. da lembrança doce e macia dos seus pés quadrados nos meus quando dormíamos e quando acordados brincavam de tirar o lençol de cima deles num dia de calor. do colo suave e seguro quando estava cansada e conversando sobre amenidades do dia e dos lanches lights à noite e das conversas sobre projetos de vida - de todas que nos compete - que só não dariam certo se não quiséssemos. da intimidade limitada até a individualidade da outra e do amor gratuito e sincero que o tempo ensinou. das confissões e declarações de amor quando a outra dormia pra que o sono pudesse transformá-las em realidade nos dias seguintes. do anseio pela renovação de tudo e da vontade de aguentar os trancos que estamos passíveis, as agruras do tempo que só fortificavam o que ela tentava podar.
a gente tem tantas coisas e das coisas que não dá pra dizer assim.
são tantas que fazem uma infinidade. uma infinidade com um ponto final. isso existe.

tenho urgência pra vida, pros sentimentos e quereres intensos e provocativos, mas não tenho tempo pra eles. o tempo se mede em minutos fora do meu compasso e muitas das vezes ele é devagar demais. urge, o tempo pra isso.

ando composta de urgências.

Amigos

eu tenho alguns poucos amigos de verdade, mesmo. daqueles que a gente pode contar em momentos de caos. eles variam entre aqueles que te abraçam pra acalmar ou vibrar com você. eu gosto de abraço, muito, daqueles fortes que enlaçam o corpo. tenho aqueles que cedem tudo e mais um pouco da casa da comida do banheiro da roupa emprestada da louça e os infindáveis papos pela madrugada a dentro que são interrompidos pela obrigação do dia seguinte. aqueles que são de carne e osso mas que as visitas são diárias pelo msn; tenho aguns modelos deles, uns que são diurnos e outros que preenchem quando outros vão dormir. aqueles que oferecem o dedo e a gente pega a mão, o braço o corpo todo. aqueles que foram casos antigos que fazem parte da expectativa que como seria a vida hoje. a amiga irmã, a amiga mãe. a família de outros que se tornam amigos mesmo que os outros não façam mais parte da gente. esses são todos concretos.
e tenho os amigos invisíveis, a intuição que é sempre a melhor amiga e prova de que devemos confiar cegamente nela, mesmo que ela não tenha forma física e que muitas vezes mostre o que não queremos ver, mas precisamos. tem aquele amigo que é seu interlocutor quando você fala sozinha só pra desabafar, e ele não fala nada, só faz sua voz parar onde é o limite do sentimento.
tem os melhores amigos que dizem a verdade na sua cara e que você é bonita, inteligente e que vai se dar muito bem na vida.
eu acho que tenho os melhores amigos do mundo e todos eles sabem de quem estou falando.

domingo, 1 de novembro de 2009

Às estrelas

Sempre soube que existia, mas nuca tinha lido. Eu nasci, no dia 14 de março de 1983 e logo depois meu pai mandou fazer um mapa astral daquela criança nascida com 51 cm e 3kg e 650 gr. Eu li ontem, à noite, com minha mãe no quintal onde cresci a vida inteira até meus 19 anos. Depois de 26 anos e muitos meses eu li o que as estrelas diziam sobre mim, e não é que elas estavam certas? É um mapa escrito à mão, com todos os planetas e signos bem desenhados que conseguem fazer uma geral na vida de alguém que mal sabe quem é... Será verdade que as estrelas dizem a verdade desde sempre? Será que a mais brilhante é aquela que se pode fazer um pedido e realizá-lo? E será que elas já sabiam dos pedidos pedidos e por isso a gente pede à elas? Será que é verdade que nascem verrugas quando contamos estrelas apontando pra elas? Será que a estrela do mar foi uma estrela que caiu do céu porque se apaixonou?
Eu tenho uma estrela tatuada no meu tornozelo direito. Sim, só o contorno dela. Será que essa estrela veio pra terra pra significar alguma coisa? Até acho que sim! No meu mapa diz que o que me move é água e fogo (porque sou de peixes e meu ascendente é áries, além da minha lua ser peixes também.. aff) e que existe uma carência de ar e terra. Eu acho que essa estrela na terra que me faltava. De pé no chão.

Essa estrela desde sempre foi pra colocar meu pé no chão. Ela estava quase subindo pro céu, mas agora está de volta comigo.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

copiei e colei

Paris, 17 de fevereiro de 1903

(...)Que mais lhe devo dizer? Parece-me que tudo foi acentuado conforme convinha. Afinal de contas, queria apenas sugerir-lhe que se deixasse chegar com discricao e gravidade ao termo de sua evolucao. Nada a poderia perturbar mais do que olhar para fora e aguardar de fora respostas a perguntas a que talvez seu sentimento mais intimo possa responder na hora mais silenciosa.(...)

Rainer Maria Rilke

*do caderninho preto sem pauta

Azul

E de azuis ficaram pálidos os meus olhos, a boca seca e uma dor bem finiiiiiiinha no fundo do peito. Uma imagem turva, de quem acaba de acordar de um sono profundo sem saber onde está, com quem e sem saber de onde é, foi essa imagem que tive quando os dias se desdobravam em muitos outros sem resposta. E cada dia é uma surpresa, uma notícia que desmerece a saudade, o encanto e o sofrimento até agora. Dois indivíduos completamente diferentes que se tiveram por um tempo, agora, não determinado, mas que de acordo com o calendário fizeram aniversário de namoro e casamento dentro dessa divisão inventada. Talvez essas sejam as respostas.
O que um beijo na boca pode trazer? Depende quem faz. Depende do quão envolvido se esteve e quão envolvido se permita estar. O que palavras de um passado podem trazer? Depende de quem ouve e do quão envolvido se esteve e se está. O meu coração não me dá essa permissão. O meu amor por mim me diz e eu ouço com ouvidos bem abertos todos os sons que ele pode emitir, e sei que são de bem, todos os sons.
O quão ofensiva pode parecer uma frase? Depende de quem ouve e como está aberto a escutar sem defesas de um cérebro.
Em quanto tempo se aprimora o equilíbrio entre emoção e razão? Não sei nem imagino.
Em quanto tempo se pode conversar sobre algo que será sempre recente até ser conversado? Essa também não sei.
Eu sei que meus olhos são azuis, ficaram vermelhos, roxos e desapareceram. Ficaram laranja quando o vermelho foi embora e agora, estão assim, nublados. Se a chuva lá fora continuar pode ser que eles fiquem cinza e o próximo passo será voltar ao normal. Para o azul que sempre foi, como o céu que ele muitas vezes foi idolatrado, mas agora num novo horizonte que se chama vida.

Pale blue eyes

Sometimes I feel so happy
Sometimes I feel so sad
Sometimes I feel so happy
But mostly you just make me mad
Baby, you just make me mad

Linger on your pale blue eyes
Linger on your pale blue eyes

Thought of you as my mountain top
Thought of you as my peak
A thought of you as everything
Ive had, but couldnt keep
Ive had, but couldnt keep

Linger on your pale blue eyes
Linger on your pale blue eyes

Skip a life completely
Stuff it in a cup
They said, money is like us in time
It lies, but cant stand up
Down for you is up

Linger on your pale blue eyes
Linger on your pale blue eyes

It was good what we did yesterday
And Id do it once again
The fact that you are married
Only proves youre my best friend
But its truly, truly a sin

Linger on your pale blue eyes
Linger on your pale blue eyes

If I could make the world as pure
And strange as what I see
Id put you in a mirror
Id put in front of me
Id put in front of me

Linger on your pale blue eyes
Linger on your pale blue eyes
.
.
.

Queixa - Caetano Veloso

Foi você que se perdeu de mim
foi você que se perdeu
foi você quem perdeu
você perdeu

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Antes do ensaio

Antes do ensaio numa correria pra pegar dinheiro e sair pra encontrar o pessoal. Uma vontade de dizer que mesmo que ainda esteja por aqui, escrevendo e remoendo um sentimento que teima em não sair de mim, do meu coração, tenho a ventade de ficar bem e inteira em mim mesma. É o que tem me fortalecido nesses dias infindáveis. Mesmo com Bethânia cantando Queixa à capela e descrevendo o que se passou, me fazendo soluçar e enxugar as lágrimas com papel toalha do banheiro. Racional dentro da minha passionalidade exercito o 'já passou', já que não tenho sinais, nem de fumaça.

Como se diz: o que seria de mim, meu Deus, sem a fé em Antônio. Eu tenho fé, em todos, e em mim.

domingo, 25 de outubro de 2009



O show mais impressionate que já vi na minha vida foi hoje, no Canecão. Maria Bethânia, no cd Tua. Não dá pra descrever... seria cafona como qualquer outra descrição sobre a admiração por uma pessoa que nunca estivemos menos de 20 metros de distância. Como não sou como ela que consegue dizer clichês sem breguice, encerro por aqui. Sem histeria de fã, ela é simplesmente única!

sábado, 24 de outubro de 2009

Tua - Maria Bethânia

Tua
Maria Bethânia
Composição: Adriana Calcanhoto

Dentro da noite voraz
Detrás do avesso do véu
Atravessa este verso
A vontade nua

Tua, tua
Tua e só tua

Dentro da noite feroz
No breu das noites brancas de hotel
No clarão, no vasto, no vago
No vão, no não, na multidão

Tua, tua
Tua e só tua

Dentro da noite fulgás
Estrelas a se consumir
Arde o gás que faz esta canção
Será que você vai me ouvir?

Tua, tua
Tua e só tua

Na areia, na neve marinha
No dentro do dia, tua
Na areia, na neve marinha
No motor do dia, tua

Tua, tua
Tua e só tua

Gus III

Eles foram assistir uma peça com mais dois amigos dela.
Peça boa, bem boa. Uma paixão um pouco mais que momentânea no ar.
De carro pro Flamengo para um pizza com dois sucos de laranja com abacaxi, três coca-colas (tá certo:) e dois chopps garotinho. Pizza à francesa. Carro pela ponte e ela e os dois amigos descem na porta da casa dela pro churrasco do dia seguinte.

Prossigamos...

Dia de hoje

mais um dia e um dia antes do grande nosso dia

jonas gustavo andrey karina guida silvia marcio beta paula dado zena joão bernardo mary stuart elizabeth natasha eron colasanti julia alvaro georgette izabel marcelo paulo francisco patrícia vivian gisele pedroca veronica bethânia julinho e phill

Números

1 mês e 13 dias
que demoram a passar
noite com 24 horas
6 quilos perdidos
espalhados por aí
R$ 20 e poucos reais
por dia pra chegar
5 datas importantes
que não foram
3 anos e quase 5 meses
que pareceram menos de
alguns poucos

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Tzocolatl




eu quero mais disso tudo! amo...

Gus II

Estava sentada na escada do CCBB fazendo hora com um sujeito que acabara de conhecer, daqueles do tipo professor, ator, diretor, designer, palestrante, com seus 50 poucos anos de colares indígenas, chinelo de dedo, bermuda e uma bolsa modernosa. O telefone tocou e quando ia atender, desligaram. Era o Nareba. Aquele dos seus 17 anos. Ele já estava lá, atrás dela, em pé, com roupa de gente grande e uma mochila que parecia da escola. De diferente só a calça e a blusa de botão. Era tudo exatamente igual há 9 anos, o mesmo rosto, a mesma voz e a sensação de ter ao lado uma pessoa querida que uns dias atrás estava tão distante dela. Foi o tempo de despedir do homem multi-funções e preencher os 20 minutos restantes antes da peça com um café e só tentar olhar pra ele. Mas a luz estava baixa, e tomaram cafezinho expresso em pé numa mesinha alta. Ela contou um podre dela e ele realmente achou podrão! Mas fazer o quê? Não se pode julgar por isso, gosto cada um tem o seu. O gosto dos outros, já vi duas vezes.
Ele subiu com ela para o teatro III e viraram as costas. Ele para a saída e ela para o teatro.
Sim, a peça foi boa. A peça era Laranja Azul.
Na saída, quando ela ligou o celular tinha uma mensagem que priorizava o 'mau gosto' dela e a alegria de tê-la reencontrado. Marcaram uma peça.
Vamos ver. Vamos ver se eles vão ver.

That's it

Our Love Is Easy
Melody Gardot

Deep within your heart, you know it's plain to see
Like Adam was to Eve, you were made for me
They say the poisoned vine breeds a finer wine
Our love is easy

If you ask me plainly I would glady say
I'd like to have you round just for them rainy days
I like the touch of your hand, the way you make no demands
Our love is easy

Our love is easy
Like water rushing over stone
Oh, our love is easy, like no love I've ever known

Physically speaking we were made to last
Examine all the pieces of our recent past
There's your mouth of tears
Your hands around my waist
Our love is easy

Every time we meet it's like the first we kiss
Never growing tired of this endlessness
It's a simple thing, we don't need a ring
Our love is easy

Our love is easy
Like water rushing over stone
Oh, our love is easy, like no love I've ever known

[Instrumental]

Our love is easy
Like water rushing over stone
Oh, our love is easy, like no love I've ever known

Deep within your heart, you know it's plain to see
Like Adam was to Eve, you were made for me
They say the poisoned vine breeds a finer wine
Parei de sonhar! Parei mesmo. Não, não parei de fazer planos ou desejar muito alguma coisa. Parei de sonhar à noite quando durmo. Há exatos 42 dias, desde 11 de setembro de 2009. Dia fatídico esse... As torres gêmeas foram destruídas e com isso o mundo inteiro abalado. E foi assim comigo também. As duas torres foram abaladas, mas essas, não eram gêmeas. E nem poderiam ser, nem irmãs eram. Ainda bem. Ainda bem até o dia que fora derrubadas.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

hoje eu estou de pernas pro ar como não fazia há muito não fazia há muito muita coisa na verdade e isso é bom pra estou falando com amigos por aqui e pensando que tenho que entregar trabalho na faculdade sobre uma coisa que tenho feito escrever e como passar pro papel o que a gente sente e o que a gente considera importante pra ser dito mais que isso como a gente diferencia o real do imaginário nesse momento tudo é os dois ao mesmo tempo........................tempo tempo tempo tempo tempo mano velho seja legal.......
caixinha café água chocolate cama travesseiro casa-não-sua crianças na janela geladeira armando desarmando tentativas e conquistas tentativas e frustrações dor no peito senhas que me lembram uma vida e sonhos sonhos que nao tenho mais quando durmo apaguei de mim eles se recusam a chegar na minha memória quando acordo eu que já fui tão boa nisso em ter lembranças ainda as tenho mais estão em crise comigo graças a deus se não não poderia ficar sozinha comigo mesmo fome e pensando no p.a. da unirio que lugar esse
todas as pessoas do mundo estão comigo por uma única causa minha que bom vamos abraçar o mundo é uma pergunta que já fiz a uma pessoa só e a resposta foi sim com exclamações mas não quero falar sobre isso quero falar de ficar bem e deixar esse tempo amigo e ancião ficar mais velho tempo tempo tempo tempo tempos tempos depois foi o tempo

quarta-feira, 21 de outubro de 2009



com aquela vontade de ESMAGAR até a última gota de caldo.

Caça às bruxas!




Recompensa altíssima para quem detonar com as bruxas por aí!
Em um mês elas fizeram um estrago há muito tempo não visto.
As bruxas estão soltas. Protejam-se.

Nem dólar canadense tem nas casas de câmbio.
Seri havia posto um ponto final com reticências.... Gravi, depois desse tempo de espera de três pontinhos, ou seja, um mês e meio, ainda não conseguia escrever sobre o quê lembrava com saudades ou carinho o que haviam passado juntas. Não conseguia porque os sentia como se tudo estivesse ainda ocorrendo. Mas isso é normal, era a insistência inconsciente de que podia ainda acontecer uma saudade louca e a certeza de que, mesmo podendo viver sem a outra, Seri podia 'querer' viver com ela. Gravi estava exausta de tentar mostrar como o que acontecera fazia parte da relação e de se justificar num grito louco e mudo. Seri estava surda, com um espelho na sua frente, onde só enxergava sua imagem e o passado desfocado em segundo plano. Parecia, para Gravi, que ficava embaçado com o bafo saído de sua boca de tanto Seri urrar à procura de si mesma. Gravi sempre esteve ali, sempre. Sempre presente de todos os ângulos. E o bafo que distorcia se tornou uma bolha que deixava Gravi tão longe no segundo plano que mal podia se ver sua silhueta e o espelho no rosto de Seri tampava a visão pra frente, à frente, adiante, pro futuro, avante que nem ela percebeu que Gravi poderia estar por lá, era só estender as mãos e segurar com força pra nenhuma das duas naufragarem.

Pára de gritar, você está ensudercendo. Aí você olha pro espelho e reconheça tudo nele. Volta até seu reflexo e tira o espelho da frente. Olha pra lá e veja.
"Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões é que se ama verdadeiramente. Porque eu, só por ter tido carinho, pensei que amar é fácil."
Clarice Lispector

Elas três

-a estabilidade pode ser a forma mais cruel de viver. não se achar no direito de ser feliz ou realizar alguma coisa com êxito se transforma no caos de uma vida inteira - pensou ela.
-por que? - perguntou ELA
-talvez a vida não tenha ofertado nada, desde o início, para que pudesse nao fazê-lo. e como se qualquer coisa que pudesse oferecer um raio de luz ofuscasse como uma grande lanterna e se perde a noção de tudo.
-eu não sei como fazer, eu tô fazendo tudo errado, não era pra ser assim. não faz isso comigo, eu te amo. - foi ELA quem disse
-e acho que não sabe, tenho quase certeza que não sabe mesmo. tudo sempre, desde o nosso primeiro dia semeado para que as coisas fossem mais fáceis, transparentes e, acima de tudo, diferentes do que fora até agora. - ela
e assim foi até o dia em que foi tanta luz que tomou conta da relação sólida e respeitada delas duas. ela não sabia o que acontecia, inebriada,confiante e entregue nos planos feitos para uma vida a duas e lutando para que se tornasse mais realidade as três pessoas que ali existiam: ela, ELA e as duas. ELA, pro outro lado, se vendo crescer pelo andar da vida de alguns anos - poucos ainda, os primeiros dos que seriam os seguintes - preferiu recomecar, muito provavelmente de um lugar mais abaixo de onde comecou o namoro.
a questão é que ela, a que amava e se sentia segura na relação para compartilhar os benditos juramentos `na alegria e na tristeza, na saúde e na doença...` não imaginava o que ainda é ou era o que se passava na cabeça de ELA. sim, na cabeça porque o que aconteceu nao pode ter vindo do coração.
ELA: eu passei a ter ciúmes de você, coisa que eu não tinha! não me reconheço.
ela: eu passei a sentir tantas coisas que não conhecia e não me reconheci. tantas coisas que me fizeram ver que fiquei diferente, mas que fazem parte da vida. e você faz parte dela.
ELA sente, ama, gosta, mas tenta medir o amor, esse que é tão imensurável e traído pela suposta medição.
ela: sabe o que eu mais senti? o porquinho quebrado, com nossas gordas moedas de 1,00 e 0,50 para abrirmos no final de ano, como combinamos no ano novo do ano passado. era apena um real por dia de comida pra ele pra que a gente pudesse ter, ao menos, R$365,00.
ELA: por que voce fez isso? nao era pra ser assim...
ela: mas não sou eu que estou fazendo, ELA. por favor, o que eu faço? amo...
ELA chorava, mas ao mesmo tempo não fazia nada que pudesse dar a ela alguma posição. ela pegou as bolsas que ELA havia separado.
ela: eu digo pra todas as partes do seu corpo terem a certeza e falarem enquanto dorme as coisas que so nos duas sabemos, quando estamos felizes e bem e quando estamos tristes e precisando uma da outra, pra todos os seus poros esclarecerem que ainda tem muito mais por vir, comigo.
ELA: eles falam comigo, todas as noites!
e ainda permaneceu imóvel quanto a uma decisão de sim ou de não.
ELA: não se despeça assim, isso não é o final.
ela entende o que se passa com ELA, mas não concorda que deveria ser assim. existem mais duas ali que estão sendo banidas.
Elas se beijaram e se amaram com tanta força que parecia que ela não ia resistir. saiu com as inúmeras bolsas que estavam no canto sala que elas pintaram, aos pés da mesa que escolheram para a sala logo no corredor que misturaram duas tintas pra fazer uma cor que não existe e deu de cara na porta com uma foto das duas e uma imagem de são jorge à esquerda.
depois disso não se soube mais de ela nem de ELA.
ela não resistiu. mesmo não resistindo se conforta com alguma coisa que ainda nao tem nome. ELA? não se sabe mesmo. se ainda está totalmente com sua razao ou o coração faz dela um pouco mais ela.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Saudades, mais de uma

Saudade é uma das palavras mais presentes na poesia de amor. "Saudade" descreve a mistura dos sentimentos de perda, distância e amor. A palavra vem do latim "solitas, solitatis" (solidão), na forma arcaica de "soedade, soidade e suidade" e sob influência de "saúde" e "saudar".

Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida. Clarice Lispector

As duas cores do mundo

O mundo nunca deixa de ser azul e laranja.
Sempre que olho vejo que essas duas cores estão sempre coladas em todas as coisas.
As escovas de dentes da minha mãe e do marido são azul e laranja, uma olhando pra outra.
Eu tive que me desfazer da minha laranja...
A logo da prefeitura era laranja e, agora, é azul.

O mundo é azul e laranja. Não precisa deixar de ser uma pra ser a outra.

domingo, 18 de outubro de 2009

Gus I

Há 9 anos eu não vejo um amigo meu. Hoje posso dizer que é amigo, mas na época que a gente convivia era aquele 'colega' que a gente gosta muito e conversa amenidades dos 16/17 anos. Nunca mais nos vimos nem falamos nem soubemos um do outro, pelo menos que eu saiba. Acontece que há mais ou menos 2 semanas hei que me surge uma mensagem dele dizendo que havia assistido o vídeo de formatura de 2000. Veja bem, 2000! Vídeo esse que eu nunca soube existir. Imediatamente trocamos msn e estamos tentando falar sobre coisas em comum.
Mas o que pode ser comum entre duas pessoas que mal tinham o que falar da vida, que não se sabem há mais de nove anos e que se reencontram?
Nada.
E por isso se torna fácil. Porque nada nos interessou saber sobre a vida um do outro nesse intervalo, nem ao menos daquela época - embora ela tenha sido o início de tudo - apenas quisemos saber sobre como estamos agora. Com nossos novos rumos de vida, com nossos objetivos e concretizações e a partir daí começar uma relação. E isso aí sim requer um esforço, começar uma relação, seja ela qual for. REcomeçar nem se falar. E isso é realmente surpreendente, re-conhecer a pessoa de outro ângulo. Tenho passado por isso ultimamente. Ver de outros ângulos, tenho escrito ao invés de falar, porque às vezes dói. Mas voltado a ele, já marcamos de nos encontrar duas vezes, e óbvio não aconteceu! Não por nada, mas porque simplesmente não deu. E o que são dois dias perto de mais de 3.385 dias. Nada. De novo o 'nada'.
E não é que estamos nos saindo muito bem! Já descobrimos muitas coisas em comum, tipo: filmes, música, e o como acreditamos como devemos ser para que estejamos bem lá na frente. Isso é uma suposição.
O fato é que continuar longe de alguém que tem me feito bem, está sendo bom, e com certeza é porque estou sem de "a" alguém que sempre estive íntima e perto e sempre bem. A distância tem dois sentidos pra mim nesse momento. E a aproximidade passa a ser dúbia e indigesta.
O Nareba está há muito tempo longe e sem dúvida está mais perto que sempre.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

mira a rima

há muito tempo
quando eu era uma menina
queria andar descalça
e fazer malcriação

o tempo foi passando
e agora já não sei
se ainda sou criança
ou se quero um violão

Quando algo se torna memória

Foi isso que ouvi na peça 'Sutura', no OI Futuro, há mais ou menos duas semanas. Ela pensava alto enquanto ele tirava a roupa... 'Quando a gente sabe que aquele momento se tornará uma memória?' A gente sabe? Quem disse? Por que a gente acha que vai se lembrar do momento que a gente quer? E como é que fica um momento ruim se o que a gente menos quer é pensar que podemos não esquecer alguma situação?
Eu acho que são duas coisas diferentes memória e lembrança. Memória a gente acessa pra lembrar de algo objetivo, quando queremos, assim, detalhar ou provar pra quem a gente conta a história ou quando quer lembrar de um endereço ou , uma 'boa memória visual, auditiva, tátil...' o que você pode descrever com palavras que já existem com seus significados daqui. Quando uma palavra dá conta do recado e se basta pra montar o cenário na sua frente.
A lembrança não... brilho eterno de uma mente sem lembrança. Não pode, não dá. Não dá pra viver sem poder lembrar. Mesmo que seja de uma coisa ruim ou menos boa. Porque a lembrança a gente sente e não sabe quais palavras usar para tentar explicar. Na verdade, eu tenho medo de usar palavras que não sustentem o valor que a lembrança tem pra mim. Como uma traição. Muitas vezes eu digo, Sem palavras. e isso quer dizer tanta coisa. É como quando você conta uma história que faz total sentido e o outro nem se liga que já acabou de contar, aí vc diz, Agora não tem nada demais, mas na hora foi muito engraçado. Isso é doido.
Pode ter lembrança na memória, mas ela fica só pra vc e acho que nem sempre tem memória na lembrança. A gente cuida da lembrança pra ela ser quase perfeita e não se perder nas coisas reais.

sábado, 28 de março de 2009

É a tecnologia...

Realmente, o que é a tecnologia...
Eu que resistia a fazer um blog por considerar um tanto expositivo, um lugar de intimidades, pra quem tem coragem de mostrá-las e talvez até, um tanto pretensioso quando se trata do autor achar que suas idéias e pensamentos são importantes e essenciais para (alguns)(poucos)(nenhum) leitores que ocasionalmete visitarão sua página. De fato, continuo a pensar assim, mas de repente já me sinta confortável ao escrever, mesmo em linhas tortas ao entendimento e esburacadas para pensarem 'é.. ela ainda não sabe como fazer' ou, na pior da hipóteses, pretensiosa.
Mas cá não estou, ainda, para falar sobre isso, mas para dizer como foi um sufoco, com s maiúsculo e ph conseguir escrever nessa budega!
Há uma enooooooorme incompatibilidade entre mim e os modernas e atualizadíssimas invenções tecnológicas, deve existir um nome pra isso, para essa falta de tato homem/máquina. Eu fiz esses olhos azuis tem, deixa eu ver...... uns 10 dias e só hoje quis continuar. Simples assim. Pra mim era simples, mas não sabia como fazer. MEU DEUS! Por que eu sou assim, invento uma cacetada de senha, que eu duvido que vou esquecer e quando menos espero elas somem da minha memória. Esqueci o login, nem sabia qual tinha sido, a senha?, sem possibilidades...

Vi Tufosesujeiras e uma luz surgiu na minha frente! Foi ele que me ajudou.... me chamou de 'filha' e 'fia' - deve chamar muitos assim. Eu não gostei. Mas ele me ajudou e disso eu gostei.

Essa é a primeira postagem. Não sei se primeira de muitas, mas vale muito porque é a primeira de um blog que não ia acontecer. Mas talvez eu me sinta confortável ou pretensiosa.