terça-feira, 27 de outubro de 2009

copiei e colei

Paris, 17 de fevereiro de 1903

(...)Que mais lhe devo dizer? Parece-me que tudo foi acentuado conforme convinha. Afinal de contas, queria apenas sugerir-lhe que se deixasse chegar com discricao e gravidade ao termo de sua evolucao. Nada a poderia perturbar mais do que olhar para fora e aguardar de fora respostas a perguntas a que talvez seu sentimento mais intimo possa responder na hora mais silenciosa.(...)

Rainer Maria Rilke

*do caderninho preto sem pauta

Azul

E de azuis ficaram pálidos os meus olhos, a boca seca e uma dor bem finiiiiiiinha no fundo do peito. Uma imagem turva, de quem acaba de acordar de um sono profundo sem saber onde está, com quem e sem saber de onde é, foi essa imagem que tive quando os dias se desdobravam em muitos outros sem resposta. E cada dia é uma surpresa, uma notícia que desmerece a saudade, o encanto e o sofrimento até agora. Dois indivíduos completamente diferentes que se tiveram por um tempo, agora, não determinado, mas que de acordo com o calendário fizeram aniversário de namoro e casamento dentro dessa divisão inventada. Talvez essas sejam as respostas.
O que um beijo na boca pode trazer? Depende quem faz. Depende do quão envolvido se esteve e quão envolvido se permita estar. O que palavras de um passado podem trazer? Depende de quem ouve e do quão envolvido se esteve e se está. O meu coração não me dá essa permissão. O meu amor por mim me diz e eu ouço com ouvidos bem abertos todos os sons que ele pode emitir, e sei que são de bem, todos os sons.
O quão ofensiva pode parecer uma frase? Depende de quem ouve e como está aberto a escutar sem defesas de um cérebro.
Em quanto tempo se aprimora o equilíbrio entre emoção e razão? Não sei nem imagino.
Em quanto tempo se pode conversar sobre algo que será sempre recente até ser conversado? Essa também não sei.
Eu sei que meus olhos são azuis, ficaram vermelhos, roxos e desapareceram. Ficaram laranja quando o vermelho foi embora e agora, estão assim, nublados. Se a chuva lá fora continuar pode ser que eles fiquem cinza e o próximo passo será voltar ao normal. Para o azul que sempre foi, como o céu que ele muitas vezes foi idolatrado, mas agora num novo horizonte que se chama vida.

Pale blue eyes

Sometimes I feel so happy
Sometimes I feel so sad
Sometimes I feel so happy
But mostly you just make me mad
Baby, you just make me mad

Linger on your pale blue eyes
Linger on your pale blue eyes

Thought of you as my mountain top
Thought of you as my peak
A thought of you as everything
Ive had, but couldnt keep
Ive had, but couldnt keep

Linger on your pale blue eyes
Linger on your pale blue eyes

Skip a life completely
Stuff it in a cup
They said, money is like us in time
It lies, but cant stand up
Down for you is up

Linger on your pale blue eyes
Linger on your pale blue eyes

It was good what we did yesterday
And Id do it once again
The fact that you are married
Only proves youre my best friend
But its truly, truly a sin

Linger on your pale blue eyes
Linger on your pale blue eyes

If I could make the world as pure
And strange as what I see
Id put you in a mirror
Id put in front of me
Id put in front of me

Linger on your pale blue eyes
Linger on your pale blue eyes
.
.
.

Queixa - Caetano Veloso

Foi você que se perdeu de mim
foi você que se perdeu
foi você quem perdeu
você perdeu

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Antes do ensaio

Antes do ensaio numa correria pra pegar dinheiro e sair pra encontrar o pessoal. Uma vontade de dizer que mesmo que ainda esteja por aqui, escrevendo e remoendo um sentimento que teima em não sair de mim, do meu coração, tenho a ventade de ficar bem e inteira em mim mesma. É o que tem me fortalecido nesses dias infindáveis. Mesmo com Bethânia cantando Queixa à capela e descrevendo o que se passou, me fazendo soluçar e enxugar as lágrimas com papel toalha do banheiro. Racional dentro da minha passionalidade exercito o 'já passou', já que não tenho sinais, nem de fumaça.

Como se diz: o que seria de mim, meu Deus, sem a fé em Antônio. Eu tenho fé, em todos, e em mim.

domingo, 25 de outubro de 2009



O show mais impressionate que já vi na minha vida foi hoje, no Canecão. Maria Bethânia, no cd Tua. Não dá pra descrever... seria cafona como qualquer outra descrição sobre a admiração por uma pessoa que nunca estivemos menos de 20 metros de distância. Como não sou como ela que consegue dizer clichês sem breguice, encerro por aqui. Sem histeria de fã, ela é simplesmente única!

sábado, 24 de outubro de 2009

Tua - Maria Bethânia

Tua
Maria Bethânia
Composição: Adriana Calcanhoto

Dentro da noite voraz
Detrás do avesso do véu
Atravessa este verso
A vontade nua

Tua, tua
Tua e só tua

Dentro da noite feroz
No breu das noites brancas de hotel
No clarão, no vasto, no vago
No vão, no não, na multidão

Tua, tua
Tua e só tua

Dentro da noite fulgás
Estrelas a se consumir
Arde o gás que faz esta canção
Será que você vai me ouvir?

Tua, tua
Tua e só tua

Na areia, na neve marinha
No dentro do dia, tua
Na areia, na neve marinha
No motor do dia, tua

Tua, tua
Tua e só tua

Gus III

Eles foram assistir uma peça com mais dois amigos dela.
Peça boa, bem boa. Uma paixão um pouco mais que momentânea no ar.
De carro pro Flamengo para um pizza com dois sucos de laranja com abacaxi, três coca-colas (tá certo:) e dois chopps garotinho. Pizza à francesa. Carro pela ponte e ela e os dois amigos descem na porta da casa dela pro churrasco do dia seguinte.

Prossigamos...

Dia de hoje

mais um dia e um dia antes do grande nosso dia

jonas gustavo andrey karina guida silvia marcio beta paula dado zena joão bernardo mary stuart elizabeth natasha eron colasanti julia alvaro georgette izabel marcelo paulo francisco patrícia vivian gisele pedroca veronica bethânia julinho e phill

Números

1 mês e 13 dias
que demoram a passar
noite com 24 horas
6 quilos perdidos
espalhados por aí
R$ 20 e poucos reais
por dia pra chegar
5 datas importantes
que não foram
3 anos e quase 5 meses
que pareceram menos de
alguns poucos

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Tzocolatl




eu quero mais disso tudo! amo...

Gus II

Estava sentada na escada do CCBB fazendo hora com um sujeito que acabara de conhecer, daqueles do tipo professor, ator, diretor, designer, palestrante, com seus 50 poucos anos de colares indígenas, chinelo de dedo, bermuda e uma bolsa modernosa. O telefone tocou e quando ia atender, desligaram. Era o Nareba. Aquele dos seus 17 anos. Ele já estava lá, atrás dela, em pé, com roupa de gente grande e uma mochila que parecia da escola. De diferente só a calça e a blusa de botão. Era tudo exatamente igual há 9 anos, o mesmo rosto, a mesma voz e a sensação de ter ao lado uma pessoa querida que uns dias atrás estava tão distante dela. Foi o tempo de despedir do homem multi-funções e preencher os 20 minutos restantes antes da peça com um café e só tentar olhar pra ele. Mas a luz estava baixa, e tomaram cafezinho expresso em pé numa mesinha alta. Ela contou um podre dela e ele realmente achou podrão! Mas fazer o quê? Não se pode julgar por isso, gosto cada um tem o seu. O gosto dos outros, já vi duas vezes.
Ele subiu com ela para o teatro III e viraram as costas. Ele para a saída e ela para o teatro.
Sim, a peça foi boa. A peça era Laranja Azul.
Na saída, quando ela ligou o celular tinha uma mensagem que priorizava o 'mau gosto' dela e a alegria de tê-la reencontrado. Marcaram uma peça.
Vamos ver. Vamos ver se eles vão ver.

That's it

Our Love Is Easy
Melody Gardot

Deep within your heart, you know it's plain to see
Like Adam was to Eve, you were made for me
They say the poisoned vine breeds a finer wine
Our love is easy

If you ask me plainly I would glady say
I'd like to have you round just for them rainy days
I like the touch of your hand, the way you make no demands
Our love is easy

Our love is easy
Like water rushing over stone
Oh, our love is easy, like no love I've ever known

Physically speaking we were made to last
Examine all the pieces of our recent past
There's your mouth of tears
Your hands around my waist
Our love is easy

Every time we meet it's like the first we kiss
Never growing tired of this endlessness
It's a simple thing, we don't need a ring
Our love is easy

Our love is easy
Like water rushing over stone
Oh, our love is easy, like no love I've ever known

[Instrumental]

Our love is easy
Like water rushing over stone
Oh, our love is easy, like no love I've ever known

Deep within your heart, you know it's plain to see
Like Adam was to Eve, you were made for me
They say the poisoned vine breeds a finer wine
Parei de sonhar! Parei mesmo. Não, não parei de fazer planos ou desejar muito alguma coisa. Parei de sonhar à noite quando durmo. Há exatos 42 dias, desde 11 de setembro de 2009. Dia fatídico esse... As torres gêmeas foram destruídas e com isso o mundo inteiro abalado. E foi assim comigo também. As duas torres foram abaladas, mas essas, não eram gêmeas. E nem poderiam ser, nem irmãs eram. Ainda bem. Ainda bem até o dia que fora derrubadas.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

hoje eu estou de pernas pro ar como não fazia há muito não fazia há muito muita coisa na verdade e isso é bom pra estou falando com amigos por aqui e pensando que tenho que entregar trabalho na faculdade sobre uma coisa que tenho feito escrever e como passar pro papel o que a gente sente e o que a gente considera importante pra ser dito mais que isso como a gente diferencia o real do imaginário nesse momento tudo é os dois ao mesmo tempo........................tempo tempo tempo tempo tempo mano velho seja legal.......
caixinha café água chocolate cama travesseiro casa-não-sua crianças na janela geladeira armando desarmando tentativas e conquistas tentativas e frustrações dor no peito senhas que me lembram uma vida e sonhos sonhos que nao tenho mais quando durmo apaguei de mim eles se recusam a chegar na minha memória quando acordo eu que já fui tão boa nisso em ter lembranças ainda as tenho mais estão em crise comigo graças a deus se não não poderia ficar sozinha comigo mesmo fome e pensando no p.a. da unirio que lugar esse
todas as pessoas do mundo estão comigo por uma única causa minha que bom vamos abraçar o mundo é uma pergunta que já fiz a uma pessoa só e a resposta foi sim com exclamações mas não quero falar sobre isso quero falar de ficar bem e deixar esse tempo amigo e ancião ficar mais velho tempo tempo tempo tempo tempos tempos depois foi o tempo

quarta-feira, 21 de outubro de 2009



com aquela vontade de ESMAGAR até a última gota de caldo.

Caça às bruxas!




Recompensa altíssima para quem detonar com as bruxas por aí!
Em um mês elas fizeram um estrago há muito tempo não visto.
As bruxas estão soltas. Protejam-se.

Nem dólar canadense tem nas casas de câmbio.
Seri havia posto um ponto final com reticências.... Gravi, depois desse tempo de espera de três pontinhos, ou seja, um mês e meio, ainda não conseguia escrever sobre o quê lembrava com saudades ou carinho o que haviam passado juntas. Não conseguia porque os sentia como se tudo estivesse ainda ocorrendo. Mas isso é normal, era a insistência inconsciente de que podia ainda acontecer uma saudade louca e a certeza de que, mesmo podendo viver sem a outra, Seri podia 'querer' viver com ela. Gravi estava exausta de tentar mostrar como o que acontecera fazia parte da relação e de se justificar num grito louco e mudo. Seri estava surda, com um espelho na sua frente, onde só enxergava sua imagem e o passado desfocado em segundo plano. Parecia, para Gravi, que ficava embaçado com o bafo saído de sua boca de tanto Seri urrar à procura de si mesma. Gravi sempre esteve ali, sempre. Sempre presente de todos os ângulos. E o bafo que distorcia se tornou uma bolha que deixava Gravi tão longe no segundo plano que mal podia se ver sua silhueta e o espelho no rosto de Seri tampava a visão pra frente, à frente, adiante, pro futuro, avante que nem ela percebeu que Gravi poderia estar por lá, era só estender as mãos e segurar com força pra nenhuma das duas naufragarem.

Pára de gritar, você está ensudercendo. Aí você olha pro espelho e reconheça tudo nele. Volta até seu reflexo e tira o espelho da frente. Olha pra lá e veja.
"Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões é que se ama verdadeiramente. Porque eu, só por ter tido carinho, pensei que amar é fácil."
Clarice Lispector

Elas três

-a estabilidade pode ser a forma mais cruel de viver. não se achar no direito de ser feliz ou realizar alguma coisa com êxito se transforma no caos de uma vida inteira - pensou ela.
-por que? - perguntou ELA
-talvez a vida não tenha ofertado nada, desde o início, para que pudesse nao fazê-lo. e como se qualquer coisa que pudesse oferecer um raio de luz ofuscasse como uma grande lanterna e se perde a noção de tudo.
-eu não sei como fazer, eu tô fazendo tudo errado, não era pra ser assim. não faz isso comigo, eu te amo. - foi ELA quem disse
-e acho que não sabe, tenho quase certeza que não sabe mesmo. tudo sempre, desde o nosso primeiro dia semeado para que as coisas fossem mais fáceis, transparentes e, acima de tudo, diferentes do que fora até agora. - ela
e assim foi até o dia em que foi tanta luz que tomou conta da relação sólida e respeitada delas duas. ela não sabia o que acontecia, inebriada,confiante e entregue nos planos feitos para uma vida a duas e lutando para que se tornasse mais realidade as três pessoas que ali existiam: ela, ELA e as duas. ELA, pro outro lado, se vendo crescer pelo andar da vida de alguns anos - poucos ainda, os primeiros dos que seriam os seguintes - preferiu recomecar, muito provavelmente de um lugar mais abaixo de onde comecou o namoro.
a questão é que ela, a que amava e se sentia segura na relação para compartilhar os benditos juramentos `na alegria e na tristeza, na saúde e na doença...` não imaginava o que ainda é ou era o que se passava na cabeça de ELA. sim, na cabeça porque o que aconteceu nao pode ter vindo do coração.
ELA: eu passei a ter ciúmes de você, coisa que eu não tinha! não me reconheço.
ela: eu passei a sentir tantas coisas que não conhecia e não me reconheci. tantas coisas que me fizeram ver que fiquei diferente, mas que fazem parte da vida. e você faz parte dela.
ELA sente, ama, gosta, mas tenta medir o amor, esse que é tão imensurável e traído pela suposta medição.
ela: sabe o que eu mais senti? o porquinho quebrado, com nossas gordas moedas de 1,00 e 0,50 para abrirmos no final de ano, como combinamos no ano novo do ano passado. era apena um real por dia de comida pra ele pra que a gente pudesse ter, ao menos, R$365,00.
ELA: por que voce fez isso? nao era pra ser assim...
ela: mas não sou eu que estou fazendo, ELA. por favor, o que eu faço? amo...
ELA chorava, mas ao mesmo tempo não fazia nada que pudesse dar a ela alguma posição. ela pegou as bolsas que ELA havia separado.
ela: eu digo pra todas as partes do seu corpo terem a certeza e falarem enquanto dorme as coisas que so nos duas sabemos, quando estamos felizes e bem e quando estamos tristes e precisando uma da outra, pra todos os seus poros esclarecerem que ainda tem muito mais por vir, comigo.
ELA: eles falam comigo, todas as noites!
e ainda permaneceu imóvel quanto a uma decisão de sim ou de não.
ELA: não se despeça assim, isso não é o final.
ela entende o que se passa com ELA, mas não concorda que deveria ser assim. existem mais duas ali que estão sendo banidas.
Elas se beijaram e se amaram com tanta força que parecia que ela não ia resistir. saiu com as inúmeras bolsas que estavam no canto sala que elas pintaram, aos pés da mesa que escolheram para a sala logo no corredor que misturaram duas tintas pra fazer uma cor que não existe e deu de cara na porta com uma foto das duas e uma imagem de são jorge à esquerda.
depois disso não se soube mais de ela nem de ELA.
ela não resistiu. mesmo não resistindo se conforta com alguma coisa que ainda nao tem nome. ELA? não se sabe mesmo. se ainda está totalmente com sua razao ou o coração faz dela um pouco mais ela.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Saudades, mais de uma

Saudade é uma das palavras mais presentes na poesia de amor. "Saudade" descreve a mistura dos sentimentos de perda, distância e amor. A palavra vem do latim "solitas, solitatis" (solidão), na forma arcaica de "soedade, soidade e suidade" e sob influência de "saúde" e "saudar".

Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida. Clarice Lispector

As duas cores do mundo

O mundo nunca deixa de ser azul e laranja.
Sempre que olho vejo que essas duas cores estão sempre coladas em todas as coisas.
As escovas de dentes da minha mãe e do marido são azul e laranja, uma olhando pra outra.
Eu tive que me desfazer da minha laranja...
A logo da prefeitura era laranja e, agora, é azul.

O mundo é azul e laranja. Não precisa deixar de ser uma pra ser a outra.

domingo, 18 de outubro de 2009

Gus I

Há 9 anos eu não vejo um amigo meu. Hoje posso dizer que é amigo, mas na época que a gente convivia era aquele 'colega' que a gente gosta muito e conversa amenidades dos 16/17 anos. Nunca mais nos vimos nem falamos nem soubemos um do outro, pelo menos que eu saiba. Acontece que há mais ou menos 2 semanas hei que me surge uma mensagem dele dizendo que havia assistido o vídeo de formatura de 2000. Veja bem, 2000! Vídeo esse que eu nunca soube existir. Imediatamente trocamos msn e estamos tentando falar sobre coisas em comum.
Mas o que pode ser comum entre duas pessoas que mal tinham o que falar da vida, que não se sabem há mais de nove anos e que se reencontram?
Nada.
E por isso se torna fácil. Porque nada nos interessou saber sobre a vida um do outro nesse intervalo, nem ao menos daquela época - embora ela tenha sido o início de tudo - apenas quisemos saber sobre como estamos agora. Com nossos novos rumos de vida, com nossos objetivos e concretizações e a partir daí começar uma relação. E isso aí sim requer um esforço, começar uma relação, seja ela qual for. REcomeçar nem se falar. E isso é realmente surpreendente, re-conhecer a pessoa de outro ângulo. Tenho passado por isso ultimamente. Ver de outros ângulos, tenho escrito ao invés de falar, porque às vezes dói. Mas voltado a ele, já marcamos de nos encontrar duas vezes, e óbvio não aconteceu! Não por nada, mas porque simplesmente não deu. E o que são dois dias perto de mais de 3.385 dias. Nada. De novo o 'nada'.
E não é que estamos nos saindo muito bem! Já descobrimos muitas coisas em comum, tipo: filmes, música, e o como acreditamos como devemos ser para que estejamos bem lá na frente. Isso é uma suposição.
O fato é que continuar longe de alguém que tem me feito bem, está sendo bom, e com certeza é porque estou sem de "a" alguém que sempre estive íntima e perto e sempre bem. A distância tem dois sentidos pra mim nesse momento. E a aproximidade passa a ser dúbia e indigesta.
O Nareba está há muito tempo longe e sem dúvida está mais perto que sempre.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

mira a rima

há muito tempo
quando eu era uma menina
queria andar descalça
e fazer malcriação

o tempo foi passando
e agora já não sei
se ainda sou criança
ou se quero um violão

Quando algo se torna memória

Foi isso que ouvi na peça 'Sutura', no OI Futuro, há mais ou menos duas semanas. Ela pensava alto enquanto ele tirava a roupa... 'Quando a gente sabe que aquele momento se tornará uma memória?' A gente sabe? Quem disse? Por que a gente acha que vai se lembrar do momento que a gente quer? E como é que fica um momento ruim se o que a gente menos quer é pensar que podemos não esquecer alguma situação?
Eu acho que são duas coisas diferentes memória e lembrança. Memória a gente acessa pra lembrar de algo objetivo, quando queremos, assim, detalhar ou provar pra quem a gente conta a história ou quando quer lembrar de um endereço ou , uma 'boa memória visual, auditiva, tátil...' o que você pode descrever com palavras que já existem com seus significados daqui. Quando uma palavra dá conta do recado e se basta pra montar o cenário na sua frente.
A lembrança não... brilho eterno de uma mente sem lembrança. Não pode, não dá. Não dá pra viver sem poder lembrar. Mesmo que seja de uma coisa ruim ou menos boa. Porque a lembrança a gente sente e não sabe quais palavras usar para tentar explicar. Na verdade, eu tenho medo de usar palavras que não sustentem o valor que a lembrança tem pra mim. Como uma traição. Muitas vezes eu digo, Sem palavras. e isso quer dizer tanta coisa. É como quando você conta uma história que faz total sentido e o outro nem se liga que já acabou de contar, aí vc diz, Agora não tem nada demais, mas na hora foi muito engraçado. Isso é doido.
Pode ter lembrança na memória, mas ela fica só pra vc e acho que nem sempre tem memória na lembrança. A gente cuida da lembrança pra ela ser quase perfeita e não se perder nas coisas reais.