domingo, 18 de outubro de 2009

Gus I

Há 9 anos eu não vejo um amigo meu. Hoje posso dizer que é amigo, mas na época que a gente convivia era aquele 'colega' que a gente gosta muito e conversa amenidades dos 16/17 anos. Nunca mais nos vimos nem falamos nem soubemos um do outro, pelo menos que eu saiba. Acontece que há mais ou menos 2 semanas hei que me surge uma mensagem dele dizendo que havia assistido o vídeo de formatura de 2000. Veja bem, 2000! Vídeo esse que eu nunca soube existir. Imediatamente trocamos msn e estamos tentando falar sobre coisas em comum.
Mas o que pode ser comum entre duas pessoas que mal tinham o que falar da vida, que não se sabem há mais de nove anos e que se reencontram?
Nada.
E por isso se torna fácil. Porque nada nos interessou saber sobre a vida um do outro nesse intervalo, nem ao menos daquela época - embora ela tenha sido o início de tudo - apenas quisemos saber sobre como estamos agora. Com nossos novos rumos de vida, com nossos objetivos e concretizações e a partir daí começar uma relação. E isso aí sim requer um esforço, começar uma relação, seja ela qual for. REcomeçar nem se falar. E isso é realmente surpreendente, re-conhecer a pessoa de outro ângulo. Tenho passado por isso ultimamente. Ver de outros ângulos, tenho escrito ao invés de falar, porque às vezes dói. Mas voltado a ele, já marcamos de nos encontrar duas vezes, e óbvio não aconteceu! Não por nada, mas porque simplesmente não deu. E o que são dois dias perto de mais de 3.385 dias. Nada. De novo o 'nada'.
E não é que estamos nos saindo muito bem! Já descobrimos muitas coisas em comum, tipo: filmes, música, e o como acreditamos como devemos ser para que estejamos bem lá na frente. Isso é uma suposição.
O fato é que continuar longe de alguém que tem me feito bem, está sendo bom, e com certeza é porque estou sem de "a" alguém que sempre estive íntima e perto e sempre bem. A distância tem dois sentidos pra mim nesse momento. E a aproximidade passa a ser dúbia e indigesta.
O Nareba está há muito tempo longe e sem dúvida está mais perto que sempre.

3 comentários:

  1. Bem, como eu sou ruim com as palavras prefiro me apropriar das alheias para dizer: (e sem meus já tradicionais erros de português)

    Procura-se um amigo

    Não precisa ser homem, basta ser humano, basta ter sentimentos, basta ter coração. Precisa saber falar e calar, sobretudo saber ouvir. Tem que gostar de poesia, de madrugada, de pássaro, de sol, da lua, do canto, dos ventos e das canções da brisa. Deve ter amor, um grande amor por alguém, ou então sentir falta de não ter esse amor.. Deve amar o próximo e respeitar a dor que os passantes levam consigo. Deve guardar segredo sem se sacrificar.

    Não é preciso que seja de primeira mão, nem é imprescindível que seja de segunda mão. Pode já ter sido enganado, pois todos os amigos são enganados. Não é preciso que seja puro, nem que seja todo impuro, mas não deve ser vulgar. Deve ter um ideal e medo de perdê-lo e, no caso de assim não ser, deve sentir o grande vácuo que isso deixa. Tem que ter ressonâncias humanas, seu principal objetivo deve ser o de amigo. Deve sentir pena das pessoa tristes e compreender o imenso vazio dos solitários. Deve gostar de crianças e lastimar as que não puderam nascer.

    Procura-se um amigo para gostar dos mesmos gostos, que se comova, quando chamado de amigo. Que saiba conversar de coisas simples, de orvalhos, de grandes chuvas e das recordações de infância. Precisa-se de um amigo para não se enlouquecer, para contar o que se viu de belo e triste durante o dia, dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade. Deve gostar de ruas desertas, de poças de água e de caminhos molhados, de beira de estrada, de mato depois da chuva, de se deitar no capim.

    Precisa-se de um amigo que diga que vale a pena viver, não porque a vida é bela, mas porque já se tem um amigo. Precisa-se de um amigo para se parar de chorar. Para não se viver debruçado no passado em busca de memórias perdidas. Que nos bata nos ombros sorrindo ou chorando, mas que nos chame de amigo, para ter-se a consciência de que ainda se vive.

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  2. Foram anos sem uma palavra e do nada a lembrança,
    Da lembrança ao contato,
    Do contato às conversas.

    Das conversas ao conhecer novamente,
    Daí às afinidades, e, por fim, o reencontro.

    Reencontro programado, reencontro adiado,
    Reencontro reprogramado, reencontro reprogramado adiado,
    Por fim, quem sabe?
    Tudo se separa, tudo volta a se encontrar

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  3. adorei...o I e o II lá em cima.
    sim, re-qualquer coisa é difícil. mas qndo se re-qualquer coisa alguém, é bom.

    =)

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