segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Quando algo se torna memória

Foi isso que ouvi na peça 'Sutura', no OI Futuro, há mais ou menos duas semanas. Ela pensava alto enquanto ele tirava a roupa... 'Quando a gente sabe que aquele momento se tornará uma memória?' A gente sabe? Quem disse? Por que a gente acha que vai se lembrar do momento que a gente quer? E como é que fica um momento ruim se o que a gente menos quer é pensar que podemos não esquecer alguma situação?
Eu acho que são duas coisas diferentes memória e lembrança. Memória a gente acessa pra lembrar de algo objetivo, quando queremos, assim, detalhar ou provar pra quem a gente conta a história ou quando quer lembrar de um endereço ou , uma 'boa memória visual, auditiva, tátil...' o que você pode descrever com palavras que já existem com seus significados daqui. Quando uma palavra dá conta do recado e se basta pra montar o cenário na sua frente.
A lembrança não... brilho eterno de uma mente sem lembrança. Não pode, não dá. Não dá pra viver sem poder lembrar. Mesmo que seja de uma coisa ruim ou menos boa. Porque a lembrança a gente sente e não sabe quais palavras usar para tentar explicar. Na verdade, eu tenho medo de usar palavras que não sustentem o valor que a lembrança tem pra mim. Como uma traição. Muitas vezes eu digo, Sem palavras. e isso quer dizer tanta coisa. É como quando você conta uma história que faz total sentido e o outro nem se liga que já acabou de contar, aí vc diz, Agora não tem nada demais, mas na hora foi muito engraçado. Isso é doido.
Pode ter lembrança na memória, mas ela fica só pra vc e acho que nem sempre tem memória na lembrança. A gente cuida da lembrança pra ela ser quase perfeita e não se perder nas coisas reais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário