quarta-feira, 4 de novembro de 2009

das coisas

é de lembrar com saudades da infância inocente e ingênua que ainda carrego comigo nos momentos de fragilidade. da lembrança doce e macia dos seus pés quadrados nos meus quando dormíamos e quando acordados brincavam de tirar o lençol de cima deles num dia de calor. do colo suave e seguro quando estava cansada e conversando sobre amenidades do dia e dos lanches lights à noite e das conversas sobre projetos de vida - de todas que nos compete - que só não dariam certo se não quiséssemos. da intimidade limitada até a individualidade da outra e do amor gratuito e sincero que o tempo ensinou. das confissões e declarações de amor quando a outra dormia pra que o sono pudesse transformá-las em realidade nos dias seguintes. do anseio pela renovação de tudo e da vontade de aguentar os trancos que estamos passíveis, as agruras do tempo que só fortificavam o que ela tentava podar.
a gente tem tantas coisas e das coisas que não dá pra dizer assim.
são tantas que fazem uma infinidade. uma infinidade com um ponto final. isso existe.

tenho urgência pra vida, pros sentimentos e quereres intensos e provocativos, mas não tenho tempo pra eles. o tempo se mede em minutos fora do meu compasso e muitas das vezes ele é devagar demais. urge, o tempo pra isso.

ando composta de urgências.

2 comentários:

  1. Doido esse post, hein DD.
    Identificação total!!!
    e vamos em frente que o tempo não para, já dizia o saudoso poeta.

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  2. lindo.
    "composta de urgência"!
    um dia eu te pergunto assim: de que é composta? como a gente aprende na escola, as composições do ar, da terra...te pergunto de forma abstrata isso. você me responde 'de urgência' e toda a gente vibra. Mas ó, devo te falar...o melhor do tempo é que com o tempo a gente percebe que ele esteve do nosso lado.

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